Em Qualquer Cidade de Minas Gerais

Em Qualquer Cidade de Minas Gerais

Sempre tive vontade de registrar o meu dia a dia.Na adolescência, babava de inveja , ao ver colegas que tinham um diário.Ali escreviam seus sonhos, as mágoas , o 1º beijo e tal...Tínhamos uma situação financeira e econômica muito instável e não havia a menor possibilidade de comprar um caderno bem bonito, especial e escrito na capa MEU DIARIO. E assim , a adolescência acabou, veio a vida adulta , a super adulta e enfim cheguei na 3ª idade sem nunca ter realizado esse sonho idiota para alguns , terapia para outros e para muitos como eu ,que ainda tenham a insistência e a teimosia em alimentar a criança existente em nós . Então veio a idéia de criar um blog em que pudesse registrar o cotidiano de uma senhora idosa , sem culpas ou medo do ridículo .Hoje é bem melhor porque a gente escreve para o vento, pra gente mesmo.Totalmente irresponsável e sem compromisso de agradar ou não.Simplesmente pelo prazer de falar do seu dia a dia vivido em qualquer cidade de Minas Gerais ou qualquer espaço físico vivenciado por mim.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

ADEUS OU ATÉ LOGO COMPANHEIRA DOLLY

ADEUS OU ATÉ LOGO COMPANHEIRA DOLLY. Acredito que tenha conhecido mesmo o que seja dor na alma 3 vezes: a ida sem volta do meu marido, o mesmo com a minha mãe e agora com a Dolly.Nem sei direito se existe mesmo alma, mas se existir deve ser o meu estado atual.É uma dor além do fisico.Alguma coisa dentro de nós, no nosso interior que morre de tanta tristeza. Continuamos a caminhar como se estivessemos aleijados.Faltando pedaços.E assim, seguimos até não temos mais pedaços nenhum e então sucumbimos.Saimos da dimensão, do planeta, sei lá... A Dolly, amiga de 14 anos(dizem corresponder + ou - 70 a 80anos) morreu na 2ª feira de carnaval após cirurgia e internação de 20 dias.Sempre gostei muito de cachorros e quando morava na chácara cheguei a ter 16.Mas marido, mãe e filho juntos.A Dolly foi especial porque foi a companheira do período sózinha.Sabe aquela amizade pura, com muita cumplicidade, entendimento nos olhares?Era a Dolly.Estavamos sempre juntas.Sabe aquelas crises de coitadinha,acentuação do nosso lado infantil, desejando colo,mar de lágrimas ?Dolly corria pra onde eu estava e latia manso. E eu me aquietava. Eu a calentava junto a mim e dai a pouco tudo voltava ao normal.Ela gostava muito da minha voz por isso fiquei ao seu lado conversando baixinho e recebia dela um olhar profundo com tal amor nunca encontrado em humanos. É provável que manque, mas vou tentar caminhar sem mais esse pedaço. Não sei como sobreviver sem a minha filha de espécie diferente.Paz pra todos.