Em Qualquer Cidade de Minas Gerais

Em Qualquer Cidade de Minas Gerais

Sempre tive vontade de registrar o meu dia a dia.Na adolescência, babava de inveja , ao ver colegas que tinham um diário.Ali escreviam seus sonhos, as mágoas , o 1º beijo e tal...Tínhamos uma situação financeira e econômica muito instável e não havia a menor possibilidade de comprar um caderno bem bonito, especial e escrito na capa MEU DIARIO. E assim , a adolescência acabou, veio a vida adulta , a super adulta e enfim cheguei na 3ª idade sem nunca ter realizado esse sonho idiota para alguns , terapia para outros e para muitos como eu ,que ainda tenham a insistência e a teimosia em alimentar a criança existente em nós . Então veio a idéia de criar um blog em que pudesse registrar o cotidiano de uma senhora idosa , sem culpas ou medo do ridículo .Hoje é bem melhor porque a gente escreve para o vento, pra gente mesmo.Totalmente irresponsável e sem compromisso de agradar ou não.Simplesmente pelo prazer de falar do seu dia a dia vivido em qualquer cidade de Minas Gerais ou qualquer espaço físico vivenciado por mim.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Delicia de Domingo. Chove.

Abro a janela e de imediato vem aquelas musiquinhas antigas na minha cabeça: “chove chuva, chove sem parar do Jorge Bem; a marchinha de carnaval: “Tomara que chova 3 dias sem parar, a minha grande magoa é que lá em casa não tem agua e eu preciso me lavar” ou Medo da chuva do Raul Seixas e ainda  o bolerão “Chuva de Prata que cai molhando o amor...”
 O som dos carros passando sobre poças de agua se intensifica e lembrança da infância vem à tona. Vejo-me toda molhada olhando pro alto com pingos e pingos contínuos caindo e eu, livre leve e solta dando grandes passadas, levantando bem os pés numa corrida lenta e gostosa dentro de poças de agua e às vezes lama. À medida que ia pulando, abria os braços, cantava numa alegria esfuziante. Ou seja, verdadeiro MICO infantil.
Nem mesmo a voz da minha mãe se fingindo de bravamandando tirar a roupa e lavá-la, diminuía o meu prazer. Sei que assim era porque após tirar a lama da roupa, lava-la e tomar banho, ela já tinha separado vestido limpo e na mesa da cozinha acabava de colocar travessa com bolinhos de chuva feitos na hora. Havia uma janela que dava pra ver a chuva descendo e lavando tudo. Parecia até que o mundo estava também tomando banho. O telhado das casas as arvores, tudo ficava com cores bem nítidas. E minha mãe e eu ali, fazendo parte de tal cenário, protegidas e saboreando bolinhos de chuva com chá de Cidreira. Adoro lembrar tudo isso.

Enfim, estou feliz porque é domingo e está chovendo.

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